Veja como caso Cachoeira se desdobrará na Justiça
Veja como caso Cachoeira se desdobrará na Justiça
Os mais de 300 mil grampos, perícias e relatórios das Operações Vegas e da Monte Carlo permitirão a promotores e procuradores do Ministério Público abrirem ao menos seis grupos de ações judiciaisGOIÂNIA (GO) – As Operações Vegas e Monte Carlo estão apenas no início do seu potencial de gerar dores de cabeça contra seus alvos. As centenas de volumes das duas investigações, com seus 300 mil grampos, perícias e outros relatórios têm o poder de gerar, pelo menos, seis processos ou grupos de processos contra a “organização criminosa” do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Desses, quatro grupos de processos já estão em curso. As investigações contra parlamentares, no Supremo Tribunal Federal (STF), e contra governadores, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), se desdobram em seis inquéritos. Nos estados, podem haver mais apurações de acordo com a ramificação dos negócios de Cachoeira e mesmo da empreiteira Delta, nas áreas de construção civil, tratamento de lixo e transporte.
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Decisão do TRF-1 pode tirar Cachoeira da cadeira
Tudo sobre o caso Cachoeira
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Jogo ilegal
O primeiro processo refere-se à razão original da investigação. As audiências desse processo original – que não envolve políticos e trata de jogos ilegais em Goiás – foram suspensas na quinta-feira (31) pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A ação do Ministério Público Federal em Goiás se baseia na Operação Monte Carlo, da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Os procuradores da República acusam Carlinhos Cachoeira, seus principais aliados e uma rede de policiais federais, civis e militares de cometerem os crimes de formação de quadrilha armada, desvio de dinheiro público, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e advocacia administrativa.
Contrabando
O Ministério Público estuda, futuramente, abrir uma ação contra a organização de Cachoeira por contrabando de equipamentos eletrônicos. É que as máquinas caça-níqueis do bicheiro, controladas principalmente pelos réus Lenine Araújo e José Olímpio de Queiroga, eram montadas no Brasil com componentes cuja importação é proibida.
Crimes financeiros
Outra ação que pode ser aberta se refere aos crimes financeiros cometidos por Cachoeira e seus aliados. A Polícia Federal observou a remessa de quantias para os Estados Unidos e para a Europa por meio de agentes de turismo. Foram abertas empresas no exterior e até mesmo um site de apostas em Curaçao, no Caribe. A intenção inicial dos investigadores é abrir um ou dois processos por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Fraude em licitações e tráfico de influência
Dentre os 250 mil grampos da Monte Carlo, análises financeiras, perícias e campanas, os analistas separaram muitas informações que indicam fraudes em licitações e tráfico de influência em prefeituras e governos estaduais. Algumas dessas tentativas da quadrilha não prosperam, é verdade. Mas, como os casos envolvem recursos estaduais ou do Distrito Federal, os Ministérios Públicos regionais é que, provavelmente, abrirão investigações e processos próprios para punir os fatos noticiados no inquérito 89/2011 da PF.
Exemplo disso é a Operação Saint-Michel, executada por promotores de Justiça de Brasília e de São Paulo. Com base em grampos da Monte Carlo, eles prenderam lobistas e empresários que conversavam com interlocutores de Cachoeira sobre fraudes em licitações e acordos ilícitos, como o sistema de bilhetagem de ônibus de Brasília.
Parlamentares e governadores
Nos casos de políticos, a situação é mais delicada. Os investigadores da Monte Carlo fizeram um esforço para não invalidar o trabalho inicial de prender contraventores de caça-níqueis pelo fato de “trombarem” com conversas da quadrilha com parlamentares e governadores, que necessitavam de maior investigação.
Os áudios ouvidos pelos analistas com essas “trombadas” ou, no jargão jurídico, “encontros fortuitos”, eram retirados do processo. Depois, foram remetidos à Procuradoria Geral da República, que já havia recebido material semelhante na Operação Vegas, que apurou originalmente jogos ilegais em Anápolis (GO), entre 2008 e 2009. Essa investigação recolheu 61 mil interceptações telefônicas.
Com base no material das duas operações, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel abriu inquéritos contra parlamentares. Nesse primeiro grupo de processos, estão o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Necerssian (PPS-RJ) no STF.
Com o mesmo material de “encontros fortuitos”, o procurador Roberto Gurgel ainda anunciou inquéritos no STJ contra governadores. São investigados os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Sérgio Cabral
Se depender de parte dos parlamentares da CPI do Cachoeira no Congresso, também será investigado o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), flagrado em festas na Europa com o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, que obteve contratos bilionários no estado. Mas foi rejeitado na CPI o requerimento para a convocação de Cabral, amigo de Cavendish, presidente afastado da Delta. Ao menos até agora, ele também não é investigado pelo Ministério Público.
Segundo a PF e Roberto Gurgel, Cachoeira e Demóstenes Torres são “sócios ocultos” da empreiteira Delta Construções, a maior empreiteira contratada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tocado pelo governo de Dilma Rousseff.
Caso Cachoeira
Entenda a situação dos processos desdobrados do caso Cachoeira
Há seis possíveis grupos de ações na Jutiça originárias das investigações da Polícia Federal
OS PROCESSOS POSSÍVEIS E SUA SITUAÇÃO
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Entenda a situação dos processos desdobrados do caso Cachoeira
Há seis possíveis grupos de ações na Jutiça originárias das investigações da Polícia FederalOS PROCESSOS POSSÍVEIS E SUA SITUAÇÃO
Ação | Alvos | Situação |
1. Jogos ilegais e corrupção policial | Carlinhos Cachoeira, quadrilha e policiais | Em andamento na 11ª Vara. Audiência de instrução foi suspensa pelo TRF-1 ontem |
2. Contrabando de componentes eletrônicos | Cachoeira e quadrilha | Investigadores estudam abrir ação |
3. Crimes contra o sistema financeiro, como evasão de divisas e lavagem de dinheiro | Cachoeira e quadrilha | Investigadores estudam abrir ação |
4. Eventuais fraudes em licitações e tráfico de influência em Goiás, no Distrito Federal e outros estados | Cachoeira, quadrilha e parceiros locais | O caso ficaria ao Ministério Público dos estados, que usariam informações já apuradas. No Distrito Federal, o processo da Saint-Michel é um exemplo disso. |
5. Eventuais fraudes e tráfico de influência cometidos por parlamentares | Demóstenes Torres, Carlos Alberto Leréia, Sandes Júnior (PP) e Stepan Necerssian. Têm foro privilegiado. | No STF, o Ministério Público já abriu inquéritos para investigar fatos que surgiram em meio à apuração sobre jogos na Monte Carlo. Investigações são independentes entre si. |
6. Eventuais fraudes e tráfico de influência cometidos por governadores | Marconi Perillo e Agnelo Queiroz. Têm foro privilegiado. | O Ministério Público anunciou a abertura de investigações no STJ. Ivestigações são independentes entre si. |
Decisão do TRF-1 pode tirar Cachoeira da cadeia
Investigadores da Operação Monte Carlo entendem que
cancelamento da audiência ontem (31) vai permitir à defesa pedir
relaxamento das prisões, indicar uma eventual anulação do processo e
ainda impedir que a sentença da 11ª Vara saia no primeiro semestre
Veja como caso Cachoeira se desdobrará na Justiça
Os mais de 300 mil grampos, perícias e relatórios das
Operações Vegas e da Monte Carlo permitirão a promotores e procuradores
do Ministério Público abrirem ao menos seis grupos de ações judiciais
Silêncio de Demóstenes causa bate-boca na CPMI
Senador goiano preferiu não falar à comissão dois dias
depois de prestar depoimento ao Conselho de Ética. Discussão entre
integrantes resultou no encerramento da reunião antes do previsto
CPMI marca depoimento dos governadores do DF e de Goiás
Marconi Perillo (PSDB) será ouvido em 12 de junho,
enquanto o depoimento de Agnelo Queiroz (PT) está previsto para o dia
seguinte. Requerimentos foram aprovados na sessão de ontem
Justiça suspende depoimento de Carlinhos Cachoeira em Goiás
Decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região prevê
que audiências com investigados e testemunhas aconteçam somente depois
da conclusão de diligências pedidas pela defesa
Problemas na PF podem comprometer operações
Em entrevista ao Congresso em Foco, presidente da
Associação dos Delegados da PF diz que Polícia Federal passa por momento
de desvalorização. “É deliberado? Não sei”, completa
Psol entra com representação contra Gilmar Mendes
Partido quer saber por que ministro só falou sobre a
conversa com Lula agora, mais de um mês depois do ocorrido. Também
questiona o fato dele considerar normal pegar carona em jatinhos de
terceiros
Leia a íntegra da representação do Psol contra Gilmar Mendes
Partido questiona a conduta do ministro do STF no
episódio da viagem à Alemanha e na guerra de versões da conversa com o
ex-presidente Lula
Procuradores saem em defesa de Manoel Pastana
Em nota, associação que representa os integrantes do
Ministério Público diz que a ação movida por procurador contra o
ex-ministro da Justiça e advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, é
um “direito constitucional”.
Governadores do DF e de Goiás vão depor na CPMI
Requerimentos de convocação de Agnelo Queiroz (PT) e de
Marconi Perillo (PSDB) foram aprovados pelos integrantes da comissão. Já
o pedido para ouvir o peemedebista Sérgio Cabral Filho foi rejeitado
CPMI adia quebra de sigilo do governador de Goiás
Após protestos da oposição, requerimentos pedindo dados
sigilosos de Marconi Perillo e de três deputados citados na Operação
Monte Carlo foram retirados de pauta
Acusados comparecem à CPMI do Cachoeira e ficam calados
Envolvidos no esquema do bicheiro usaram o direito de
ficar calados e foram dispensados. Suposto contador disse que vai
colaborar no futuro, após ser ouvido na Justiça Federal
Exercício da advocacia não isenta Thomaz Bastos, diz procurador
Em nota encaminhada ao Congresso em Foco, Manuel
Pestana, autor da representação contra o advogado de Cachoeira afirma
que lei deve ser cumprida
Procurado, Brindeiro nada respondeu
Ex-procurador geral da República, governo de Santa
Catarina, consultor em jogos e defesa de Cachoeira não se manifestam
sobre declarações de Demóstenes e informações da Polícia Federal
OAB critica ação contra advogado de Carlinhos Cachoeira
Para o presidente da Ordem, Ophir Cavalcante, a
representação movida por procurador da República contra Márcio Thomaz
Bastos é “midiática” e tem “efeito perverso à democracia”
Brindeiro fez parecer que ajudou Cachoeira
Em seu depoimento ao Conselho de Ética, Demóstenes
Torres disse que o ex-procurador-geral da República foi advogado de
argentino sócio do bicheiro, e que fez documento que seria usado como
argumento para aprovar criação de loteria estadual em Santa Catarina
A íntegra da nota de Ênio Branco
Esclarecimentos que o secretário de Comunicação de Santa
Catarina prestou nove dias depois de reportagem do Congresso em Foco
sobre tentativa de Cachoeira obter contratos de exploração de loterias
com três governadores
CPMI aprova quebra de sigilo de Delta e adia governadores
Serão acessados os dados bancários, fiscais e
telefônicos da empresa em todo o país. Já a votação das representações
convocando os governadores do Distrito Federal, de Goiás e do Rio de
Janeiro ficou para hoje
Em sua defesa, Demóstenes recorre à fé e ao samba
Em audiência de mais de quatro horas de duração no
Conselho de Ética, senador negou todas as acusações, mas não convenceu à
maior parte dos membros do colegiado
Márcio Thomaz Bastos indigna-se com ação de Pastana
Para o ex-ministro da Justiça, advogado de Cachoeira,
não cabe a insinuação do procurador de que dinheiro dos seus honorários
são produto de crime
Cachoeira ainda lucra com jogo online
Continua no ar site de bingo com domínio em Curaçao que o bicheiro comprou, informa Leandro Mazzini, na Coluna Esplanada
Começa depoimento de Demóstenes no Conselho de Ética
Pela primeira vez, senador acusado de envolvimento nos
negócios ilícitos do contraventor Carlinhos Cachoeira explicará sua
versão. Acompanhe a cobertura do depoimento pelo Twitter
Ex-ministro advogado de Cachoeira acusado de crime
Para procurador, Márcio Thomaz Bastos pode ter cometido
os crimes de lavagem de dinheiro e receptação ilícita por receber
dinheiro de origem ilegal do bicheiro
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